Ciranda de Textos: Webjornalismo e Concursos Públicos

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Como participante esporádico de concursos públicos (em média uns três por ano), tenho percebido que, naquilo que conheço melhor na área, que é o webjornalismo, as questões sobre o tema nas provas têm deixado muito a desejar. Algumas mal formuladas, com respostas erradas tidas como corretas ou perguntas irrelevantes para a área são uma constante.

Esses pensamentos me fizeram questionar algumas dessas questões nas listas de discussão Jornalistas da Web e Web Jornalistas de BH. Vi que não estava sozinho, já que vários colegas também criticaram as questões (postei algumas delas recentemente. Link mais abaixo. Leia, tente responder, confira o gabarito e tire suas conclusões). Tanto que o assunto levantado por mim resultou no tema da quarta rodada da Ciranda de Textos com participação de outros colegas jornalistas e coordenação de Ceila Santos. Confira aqui outros posts sobre o tema.

Em Minas

Aqui em Minas Gerais, por exemplo, só em 2008 tivemos concursos da área de comunicação para a Ceasaminas, Seplag, INSS, Secretaria de Estado da Saúde, ALMG, Fundação Municipal de Cultura de BH, entre outros. Ainda nesse semestre teremos concursos da Ufmg e da Petrobras (tema de outro post neste blog). Questões como as já postadas neste blog voltarão a cair, me fazendo questionar o porquê dessa falta de critério na escolha de tais questões.

A impressão que fica é que os concursos passaram a adotar essas questões exatamente como as faculdades incluíram, no início dos anos 2000, a cadeira de Novas Mídias (Jornalismo Online, Webjornalismo ou seja lá o nome que for) em sua grade: apenas para constar. Atualmente existem ótimas grades curriculares na área de webjornalismo nos cursos de graduação e pós-graduação, mas os concursos ainda teimam em se basear em bibliografias superficiais ou em questões mal formuladas, sem vínculo direto com a função a que se está concorrendo.

Isso sem falar que, desde que participo de concursos, nunca vi uma vaga sequer exclusiva para webjornalista. É sempre para TV, rádio ou assessoria. Só que lá nos pré-requisitos dessas vagas, em uma ou outra linha, aparece a necessidade de o profissional entender de "publicações virtuais", "websites", "gerenciadores de conteúdo" e nomes do gênero.

Fica parecendo que qualquer jornalista pode, em alguma hora mais tranquila mais pro fim do dia, ir lá no site e atualizar alguma coisa. Ou é desconhecimento meu ou realmente ainda não se abriu vaga, via concurso público, para contratação de um profissional 100% webjornalista. E, pelo que parece, quem bola questões para concursos públicos também não dá a mínima para a realidade do assunto.

Depois o que se vê são sites com atualização precária, links quebrados, layouts burocráticos, com pouca ou nenhuma interatividade. São sites iguais às questões cobradas na prova: Apenas para constar.

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