Resumão do iMasters InterMinas 2008

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Olá! Conforme prometido, segue um resumo do iMasters InterMinas 2008, que aconteceu no Minascentro, em BH, neste sábado, 17/05. Oportunidade de aprimorar conceitos, rever amigos e fazer um bom network. Como não poderia deixar de ser, o post tem vários hiperlinks. Peço desculpa pela qualidade das fotos, já que esqueci a máquina digital e tive que fotografar do celular de 1.3 Mpxls... ;-(

Tiago Baeta, Sócio-Fundador do iMasters, abriu o evento dizendo que as inscrições terminaram um mês antes. Foram mais de 400 inscrições e 300 pessoas na fila de espera. "Gastem seus cartões", afirmou Baeta, ressaltando a importância do evento para o network dos participantes. O essencial para o sucesso da internet é saber como lidar com a informação. "A internet no Brasil vem tendo um crescimento estrondoso no número de usuários. Por isso cada vez mais a gente faz site para os outros, não pra gente", afirmou.

O professor do IEC-Pucminas, Caio César, com quem já tive o prazer de trabalhar no projeto de reformulação da loja online da extinta Telemig Celular, em 2007, falou sobre o "Desenvolvimento Web Centrado no Usuário". Foi uma verdadeira consultoria de exemplos a seguir e a banir. Falou do site havenworks.com (acesse e ria), do recente caso do carro Fox (que decepava o dedo do proprietário que "enfiasse o dedo no buraquinho") e que o design centrado no usuário deve estar em tudo: internet, produtos, softwares.

Em designs mal feitos, o usuário se pergunta: O que estou fazendo de errado? Acho que eles não têm o que estou procurando. Por que não consigo fazer isso? E a percepção da empresa é: Por que nossas metas não estão sendo atingidas? O que estamos fazendo de errado? E alertou: "Cuidado! A culpa nem sempre é do usuário!", lembrando que mesmo se o problema não for de interface, a interface sempre vai entregar o problema para ele. Em projetos interativos, é comum que o produto final seja diferente do planejado e do que o usuário quis inicialmente. "Mais importante que fazer o que o usuário quer é saber ouví-lo".

Caio disse que um produto bem desenvolvido é fácil de usar, agradável e de fácil aprendizagem, e deu o exemplo do celular. "Você só teve que aprender uma única vez que tem que apertar três vezes a tecla 6 para aparecer na tela a letra ó". E afirmou que usuários só toleram uma interface mediana se não tiverem outra opção. "Usuários avaliam a empresa como um todo a partir daquilo da empresa que entra em contato com eles. E definiu usabilidade: utilização eficiente, fácil aprendizado, fácil de recordar, poucos erros e agradável. "Nós podemos educar o usuário, mas ele não quer aprender tudo novamente para executar tarefas que ele já conhece e domina. Não se consegue reeducá-lo facilmente", afirmou Caio.

A próxima palestra, de Abel Reis, presidente da Agência Click, foi "Criação e Tecnologia nos Tempos de Internet". Talvez por ser filósofo, Abel falou muito sobre a dicotomia arte/ciência desde Platão aos dias atuais, o que fez com que parte do público - em média na faixa dos vinte e poucos anos - bocejasse. Pois eu gostei. Foi uma palestra bem conceitual. Nada de mercado. Abel disse que por muitos séculos, e ainda hoje, a distinção entre criação (arte) e técnica (ciência) é enorme, mas que o computador, como um metamídia, vem promovendo a interpenetração desses conceitos. O computador é, nesse caso, um meio de meios. Abel lançou as perguntas: "Quão dependente a arte é dos meios técnicos empregados? É possível separar as decisões criativas das possibilidades técnicas dos meios e de suas linguagens?" E apresentou o esquema que reproduzo abaixo:










De acordo com Abel Reis, antes era o mercado de massa, agora são os mercados de um; antes eram grandes audiências de platérias, hoje temos pequenas audiências de conversações; antes o consumidor era paciente, agora ele é exigente; saímos de um estado de atenção para um estado de participação.´

Falando de mercado, Abel comentou que há dois anos e meio a Agência Click implantou uma Universidade Corporativa (achei um eufemismo para dizer que a agência tem um grupo de estudos ou algum software de EAD, enfim). Disse que a agência tem um escritório em BH há cinco anos e comentou sobre o mercado web mineiro: "A maneira de fazer negócio aqui é mais gostosa por causa do relacionamento próximo entre as pessoas. O mercado aqui é baseado em confiança. Minas é um celeiro de talentos com ótimas universidades nas áreas de software, design e comunicação. Nós podemos levá-los não só para o mercado nacional, mas para o mundo. Podemos ser referência mundial em comunicação digital, como somos em publicidade e produção para TV", sentenciou.

Depois foi a vez da mesa-redonda com profissionais mineiros. Participaram Ronaldo Gazel (webdesigner ex-Bhtec, agora freela), Rafael Apocalypse (webdesigner mineiro atualmente trabalhando em São Paulo), Rodrigo Bressane, Paulo Valadades (gerente de comunicação da TV Globominas) e Marlos Carmo (sócio-diretor da agência 5Clicks). A reclamação foi geral sobre o mercado mineiro. Clientes chorando preços, salários lá em baixo, etc. Para Apocalypse, o cliente mineiro precisa te ver primeiro para confiar. "Em São Paulo é mais estressante, mas a grana lá é de outro mundo", analisou. "O cliente não pensa o quanto você vai cobrar, mas sim o quanto ele vai ganhar depois", completou. Para Valadares, o mercado mineiro ainda é incipiente e, apesar de termos bons nomes na área de TI e mídia, o mercado aqui ainda está em formação. Coube a Bressane o momento "piada" da mesa. Para ele, BH é a capital mundial do Corel Draw. "Tem gráfica aqui que não conhece PDF", brincou. Gazel recomendou a experiência de trabalhar por conta própria e sugeriu sempre a organização de grupos de pesquisas para avaliar perfis de usuários e usabilidade de sites. "Em 2002 tive uma experiência muito boa. Fui para o Rio de Janeiro para participar de uma pesquisa com usuários para o site da FIAT (na época, cliente da Bhtec) e descobrimos que eles adoravam a cor de fundo preta do site da Chevrolet. Fizemos o fundo preto e, três dias depois de lançarmos o site da FIAT, o site da Chevrolet era relançado com o fundo branco", lembrou.

Pausa para pergunta "ferrinho de dentista" da platéia: Se aqui tem grandes talentos, por quê São Paulo paga mais? De acordo com Apocalypse, é porque tudo está lá. Os grandes clientes, as grandes empresas. "Porém, o custo de vida em São Paulo também é gigantesto", ressaltou. Valadares lembrou que sempre foi assim. Nas primeiras décadas do século XX, grandes escritores, jornalistas e músicos mineiros foram tentar a vida em São Paulo e no Rio de Janeiro. Currículo conta? Sim, mas Bill Gates e Stevie Jobs não chegaram a concluir a faculdade, lembrou Valadares. Gazel lançou uma máxima: "Quando o mercado estiver ruim, seja mau! Se você tem certeza de que tem algo de bom para oferecer ao seu cliente, algo que ele precisa, saiba convencê-lo, dê seu preço e assuma os riscos". Valadares completou dizendo que os baixos preços do mercado mineiro tem suas vantagens para os clientes. É por isso que diversas empresas de São Paulo e do Rio já estão de olho nas agências mineiras. "É uma vangatem competitiva", garante.

Intervalo para almoço, um pouco de bate-papo com os colegas de mercado antes de seguirmos para a próxima palestra: "A importância do universo digital no marketing de seus negócios", com Maria Lúcia Antônio, da Fiat. Foram apresentados alguns cases já bastante conhecidos da montadora como os lançamentos dos carros Stilo Connect, Idea Adventure e Punto e a promoção de 30 anos da Fiat no Brasil, sempre usando as mídias digitais. Inclusive, Maria Lúcia afirmou que a Fiat é a montadora que mais investe em mídias digitais no país, lançando promoções inéditas como a que lançou o Fiat Punto exclusivamente em plataformas mobile (no celular). Case mundial. "Foram mais de sete mil visitas diárias na versão wap", comentou. Já o site oficial do carro contou com 192 mil acessos num único mês. "A Fiat é a líder nacional de acessos em sites de montadoras. São 2,5 milhões de visitantes mensais, com 500 mil carros 'montados' via site", anunciou.

Depois foi a vez da "Despalestra" - Visão crítica da nova internet e como ela influencia no Brasil, com Carlos Merigo, Fabio Seixas e a participação especial de Luli Radfahrer, que falaria em seguida. Os participantes entraram com guitarras de brinquedo nas mãos ao som de "Estudar pra quê?", do Pato Fu, e imagens do jogo de Wii "Guitar Hero" projetadas no telão. A "despalestra" foi toda gravada em áudio e fará parte do Braincast#9 episódio 13, que você confere em breve no Brainstorm#9. No geral, foram discutidos marketing de guerrilha, virais, ARGs (jogos de realidade) e twitter (o público "twittou" o tempo todo e um telão exibia as mensagens).

Pausa para distribuição de prêmios de patrocinadores e pagação de mico na "Dança do Quadrado" em cima do palco. Vou poupá-lo dessa parte. A palestra do Luli, essa sim, genial. O cara é Professor-Doutor formado pela ECA/USP e PhD em Comunicação Digital. Só achei que a fala dele não respondeu ao tema da palestra: "Internet: o que veio pra ficar e não muda mais?". Ficou parecendo que nada veio para ficar quando ele contou que certa vez fez uma pesquisa. Enviou 18 perguntas a 18 pensadores sobre quais eram as tendências na internet e teve 18 respostas diferentes. Além disso, ele pensou em outras quatro tendências. E lançou a pergunta: "Como seguir 22 tendências?". Luli apresentou trecho do filme "Rede de Intrigas", de 1976, em que um apresentador de TV incita a população a gritar das janelas de suas casas "Estamos cansados, não precisamos da TV", lembrando que a internet não inventou as redes sociais que temos hoje. É um pouco o que eu já disse nas palestras que dei na Newton Paiva, UNA e Fabrai em 2006 e 2007: a internet não inventou nada, mas potencializou tudo.

Luli lembrou que a web é um meio comercial, mas não é um meio de propaganda. "TV é venda, web é compra". Para a maioria das pessoas, o banner é "aquela sujeira que fica em cima do navegador". E foi soltando as pérolas: "Ninguém lembra do último banner que viu". "A gente lê apenas as duas linhas de cada parágrafo". "Site de banco tem em cima os campos para digitar a agência e a conta e um tanto de coisas embaixo que ninguém sabe o que é". "Pesquisas com usuários no site Facebook detectaram que eles lêem em forma da letra C porque tem um banner no meio". E terminou com as desafiadoras perguntas: Onde está você dentro disso tudo? Qual seu nível de consciência dentro desse processo?

Conclusão: Adorei o evento. Aprendi. Reciclei. Revi amigos. Fiz novos contatos. Agora é aguardar pelos próximos eventos em BH. Em breve, postarei mais fotos que tirei no meu celular. Vídeos sobre o evento no Videolog.

Coluna Social (clique nas fotos para ampliar)

Carlos D'Andrea - amigo, professor do curso de Comunicação e coordenador da Pós em Projetos Editoriais da UNA.






Os colegas Ronaldo Gazel (webdesigner e artista plástico) e Cáio Cesar (professor do IEC-Pucminas) conversam animadamente antes das palestras.




Evento geek é assim. Ninguém olha pro palestrante, só pros notes e palms.







Os colegas Jorge Rocha (professor de pós em Novas Mídias no IEC-Pucminas) e Raquel Camargo (Studio Sol/Cifra Club).






Lucas, Sonic, Aninha e namorado (turma da Seven).








Luis Lagares (webdesigner da PlanB)








Márcio (diretor da Bhtec e do GuiaBH)








Amigos da PlanB. Da esquerda para a direita, Daniel Negreiros (diretor de criação), Daniel Mariz (webdesigner), Ana Flávia e Breno (atendimentos).





Vista da lateral esquerda da platéia.








Vista da lateral direita da platéia.









Cada um no seu quadrado...









Claudinho e Bochecha no seu quadrado...








Saci no seu quadrado...









Raquel Strambi (ex-atendimento Bhtec) e Ernani Hoffman (Usiminas)








Raquel Camargo (Studio Sol/Cifra Club) e Luis Fernando (Stefanini)








Tarik (webdesigner ex-PlanB e atual 5Clicks)









Tiago Baeta (diretor do iMasters)









Platéia e internautas que não compareceram "twittando" o tempo todo.








Menino Venâncio (webdesigner da Bhtec)

5 comentários :

Ivan Satuf disse...

Marcelo, conheci seu blog recentemente e já adicionei ao blogroll e copiei o RSS. Gostei muito do relato sobre o InterMinas. Não pude ir ao evento, mas o texto ajudou bastante a pegar o espírito da coisa. Fiz um post recomendando a leitura: http://problemasinterativos.blogspot.com/

Abraço!

zoh disse...

Sander!!! Cheio de frutas nas fotos hein? mas os melões não estavam lah, aonde foram parar??

t+++

Unknown disse...

Opa Marcelo,
Os seus comentários foram interessantes, parece que a palestra que o descontentamento com a palestra da Fiat foi unânime.
Fiz meus comentários em:
http://marcelolinhares.com/v3/blog/observacoes-networking-e-experiencias-no-interminas2008

Anônimo disse...

Ei moço!
Bom ler o seu relato, bem detalhado, gostei.
Prefiro me conter e falar apenas que o Luli é sim um gênio e a palestra dele valeu o evento! rs

beijao!

Anônimo disse...

Bacana, parabéns pelo post.
Nos encontramos no encontro locaweb.