Analista de mídias sociais no Estado de Minas

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Alexandre Stanislau, Juliana Machado, Janaína Oliveira (Bolt), Salomão Terra (PlanB) e Marco Antônio Carvalho Brum (pós em Marketing Digital da Uni-BH e PlanB) foram fontes da matéria "Próspero e inesgotável - mercado da web exige cada vez maior número de profissionais especializados em redes sociais", da repórter Márcia Maria Cruz, no caderno Trabalho e Formação Profissional do jornal Estado de Minas deste domingo, 6 de junho. É preciso estar logado para ler a matéria no site do jornal, ou então usar a sua barra de rolagem para ler aqui no blog. Confira:

Próspero e inesgotável
De olho no potencial de crescimento dessa área, a estudante de jornalismo Juliana Machado se prepara para atuar como analista de mídias sociais
Jacson Romanelli/EM/D.A PRESS
De olho no potencial de crescimento dessa área, a estudante de jornalismo Juliana Machado se prepara para atuar como analista de mídias sociais
Desde que inventaram a internet, o mundo corporativo não é mais o mesmo. A rede mundial de computadores representou um impacto direto na produção, tornando-se um divisor de águas que se equipara à Revolução Industrial. Tantas transformações resultaram em novas ocupações e até novas profissões. Em um primeiro momento, ganharam espaço profissões da tecnologia, como criadores de equipamentos (hardwares) e programas (software) cada vez mais modernos. A cada dia, porém, as oportunidades se ampliam.

Como a web é formada por ramificações, o campo profissional que gravita em torno desse mundo digital também é cheio de nós e entroncamentos. A necessidade de entender essas interseções criou uma demanda por um profissional que seja capaz de trafegar por essas novas maneiras de socialização advindas com as redes sociais, que nada mais são que ambientes digitais onde as pessoas se relacionam em diferentes níveis, do profissional ao pessoal, passando pelo entretenimento e realização de negócios.

São profissionais que lidam com a imagem das empresas na rede, resolvem possíveis crises institucionais, promovem a marca, mantêm um contato com os diferentes públicos. A denominação pode variar, mas esses profissionais são conhecidos como gestores de redes sociais, analistas de mídias sociais e analistas de tendências. É o caso da estudante de jornalismo Juliana Machado, que está focando sua formação para atuar como analista de mídias sociais.

Os salários variam de R$ 1,5 mil para profissionais em início de carreira, a R$
3 mil, quando se tem mais experiência de mercado. Os ganhos podem ser maiores para quem deseja empreender nesse ramo, abrindo o próprio negócio.

As perspectivas são ótimas para quem deseja se aventurar na área das redes sociais. Atualmente, um em cada três brasileiros está conectado à internet. Segundo dados do Ibope, 66,3 milhões de pessoas no Brasil usam as ferramentas on-line diariamente. Entre os usuários, 79% fazem parte de redes sociais, e cada um passa, em média, 6 horas e 20 minutos conectado. Os dados demonstram o que é fácil perceber: os brasileiros estão com certeza entre os povos que mais cultivam as relações nas redes sociais.

“As redes sociais proporcionam maior interação entre as pessoas comuns, e também entre os formadores de opinião. As trocas de informações são de todos os tipos. Elas também influenciam o comportamento do consumidor”, destaca Alexandre Estanislau, diretor de arte e criação da Bolt Brasil Comunicação Digital, empresa especializada em criação de projetos para a web, incluindo estratégias com mídias sociais.

Orkut, Facebook, MSN, Twitter, YouTube, a lista é infinita e pode-se dizer que também são infinitas as aplicações que as pessoas fazem dessas redes. Trocando para a linguagem mercadológica, significa que há um nicho a ser explorado. Por ser um processo em curso, ainda não há muito o que consolidar em relação à formação desses profissionais e ao estabelecimento das rotinas e ações. O que há de concreto é que jovens das gerações Y e Z, com mais facilidade em lidar com a tecnologia da informação, têm ocupado com muita desenvoltura essas funções.

Mapa do tesouro

São muitas as possibilidades na rede: de especialista em inteligência e memória artificial, a bibliotecário cibernético
Márcia Maria Cruz

Euler Júnior/EM/D.A PRESS - 26/01/10
Salomão Terra, de 26 anos, acredita que interagir com os usuários da rede é um dos desafios para os profissionais da área

Quem pensa que para trabalhar com as redes sociais basta participar das conversas e interagir está parcialmente equivocado. A lição é repassada pela estudante de jornalismo Juliana Machado, de 21 anos, que pretende
trabalhar como analista de redes sociais. “Quem quer atuar nessa área tem que largar o senso comum, de achar que basta fuçar e participar. O trabalho exige muita pesquisa, planejamento e criação de estratégias”, diz.

Juliana não está sozinha nessa constatação. De olho nessa nova forma de interação, muitas empresas vêm buscando o reconhecimento de suas marcas nesse novo ambiente. “As redes sociais são cada vez mais usadas para obter vantagem competitiva no mercado, apresentando produtos e serviços para
um público com perfil selecionado”, reforça Alexandre Estanislau, diretor de arte e criação da Bolt Brasil Comunicação Digital. Esses profissionais são requisitados porque atuam no fortalecimento das marcas, por meio do universo digital. Pesquisas apontam que 52% dos usuários de redes sociais já interagiram com marcas nesses ambientes. E que 80% das pessoas confiam em recomendações de compras feitas por amigos de rede.

Com amplo trânsito na internet, Juliana aprende os primeiros passos da
função na Bolt Brasil Comunicação Digital, onde integra a equipe da analista Janaína Oliveira, de 24. “Os bons resultados despertam maior interesse das empresas nas comunidades on-line. O importante não é necessariamente aparecer em todos os espaços, mas adequar o conteúdo do cliente para
criar a melhor forma de aproximação nas redes sociais, com foco no público de interesse” afirma Janaína Oliveira, analista de redes sociais da Bolt Brasil.

Embora não baste apenas ser integrante das redes sociais, também não há como atuar na função se o profissional não estiver conectado a elas. Juliana, por exemplo, tem um blog e contas no Orkut, Twitter, Form Spring, Blip FM, YouTube e Facebook. O trânsito no ciberespaço a ajuda no processo de criação, manutenção e acompanhamento dos perfis criados para as empresas, que são, nesse ambiente, um importante espaço para a construção do marketing.

Em geral, os profissionais que estão assumindo a função de gestores de redes sociais são egressos de cursos de comunicação, o que não significa que pessoas formadas em outras áreas não possam atuar nesse segmento. Como
se trata de uma nova função – ainda não se pode falar em profissão –, as instituições de ensino superior começam a oferecer cursos para a formação dos profissionais, geralmente especializações. Um dos cursos oferecidos é o marketing digital, especialização do UNI-BH. No curso, os alunos discutem marketing digital, web métricas (técnicas e métodos para medir resultados
dos projetos on-line), gestão da informação e do conhecimento, design de interação e mobile marketing (como usar os dispositivos móveis, como celular, Ipad etc.), além de estratégias para criar links patrocinados.

A formação é essencial na avaliação do analista de redes sociais Salomão Afonso Terra, de 26, uma vez que o trabalho está em constante mudança.
“São muitas informações, tudo é muito dinâmico. Todos os profissionais
estão atrás de um conjunto de práticas que possam ser aplicadas”, pontua. Formado em jornalismo em 2006, desde então Salomão se dedica à análise
das redes sociais.

A tarefa vai desde criar perfis para as empresas até gerenciar crises no
mundo digital, uma vez que é bastante comum pessoas usarem a rede de computadores para reclamar e se queixar das empresas. Um dos desafios
para os profissionais dessa área é como interagir com os usuários. “Como se manifestar: com o perfil empresarial ou como um usuário comum? É uma linha muito tênue, porque precisamos usar a linguagem peculiar das redes”, afirma Salomão. Ele ressalta, porém, que não devem ser usados os perfis individuais para fazer o marketing das empresas. Isso porque, quando esses limites não
são bem estabelecidos, pode ocorrer um uso pouco ético das redes sociais.

A web é um universo frutífero para o mundo corporativo. O coordenador da especialização em marketing digital do UNI-BH, Marco Antonio Carvalho Brum, lembra que é importante um perfil empreendedor para aproveitar essas oportunidades. No livro As profissões do futuro, o professor Carlos Antônio Leite Brandão mapeia algumas dessas possibilidades profissionais na rede,
como o especialista em inteligência, memória artificial, robótica e
computação avançada; especialista em realidade virtual; especialista em finanças on-line; administrador de comunidades e tarefas virtuais e a distância; bibliotecário cibernético. 

Trabalho na rede
Especialista em inteligência, memória artificial, robótica e computação avançada

Como no esboço do “cavaleiro mecânico” de Leonardo da Vinci (1495), o sonho com aparelhos robóticos frequenta o imaginário ocidental há muitos tempo. Neste início do século 21, como nunca antes, esse sonho encostou-se definitivamente n realidade e está se atualizando em diversos setores, além da própria robótica, como na computação, na indústria automotiva, na medicina, nas artes e na música. É um dos setores mais atraentes e o crescimento exponencial da área já faz prever que, até 2040, ou antes, o cérebro eletrônico superará as capacidades de intelecto humano (100 trilhões de instruções por segundo).

Especialista em realidade virtual

Este especialista desenvolve-se dentro de uma moldura ainda tímida diante daquilo que se descortina para ele, como, por exemplo, tornar-se um administrador de sistemas no cybermundo e, daí, modelar o mundo real. Essa moldura fragmenta-se, como no caso da economia, entrelaça-se ao concreto, ainda que não percebamos: o dinheiro que temos no banco é, na realidade, virtual. O second life, com seus avatares e sua moeda própria cambiável com o real e produzindo implicações no mundo e nas moedas concretas, aponta a superposição cada vez maior entre a vida real e a virtual.

Especialista em finanças online

Este tipo de trabalho é recente e oriundo da “virtualização” da economia, de nosso dinheiro e da interatividade alcançada entre o cliente e os mercados financeiro e consumidor. Assim como, hoje, joga-se na bolsa à distância, por meio da internet, avoluma-se a gestão financeira pessoal através do meio eletrônico. O especialista ou consultor em gerenciamento online de finanças, nas mais diversas ordens e escalas, deverá ser cada vez mais demandado.

Bibliotecário cibernético

Desdobramento do organizador de dados e informações, esta atividade visa não apenas coletar, recensear, processar e disponibilizar materiais e acervos, ms também a trabalhar numa biblioteca planetária e a atender seus potenciais leitores. Seu profissional deve ser concebido como um bibliófilo, e não apenas como um técnico em ciência da informação. Ele deve ser capaz de filtrar o conteúdo desses acervos e disponibilizá-los de maneira criteriosa, inclusive com a ajuda de assistentes nas várias áreas e campos do conhecimento.

Atores e escritores virtuais
Especialistas na criação de produtos artísticos, científicos e culturais a serem veiculados em sistemas computacionais e nas redes as mais diversas, em múltiplas mídias simultâneas, em manifestações interativas e/ou performáticas de arte e de artistas em diversos cantos do mundo. Incluem-se aí, por exemplo, livros e mapas eletrônicos, feitos com páginas e desenhos palpáveis e sensíveis ao contato e ao movimento do leitor que, movendo os seus dedos, vê as cidades nas margens do Rio São Francisco no século 18 ou lê um conto de Kafka, ao se mencionar sua casa em Praga, em um guia turístico interativo e portátil que ele folheia.

Fonte: As profissões do futuro, de Carlos Antônio Leite Brandão

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