Candidatos e as redes sociais - o que deu certo?

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Com o fim das eleições 2010 a sociedade pôde acompanhar de perto o grande volume de informações divulgadas na web pelos candidatos, incluindo os presidenciáveis, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Mas dentre todas as ações propostas pelos coordenadores de campanha, o que deu certo? Qual foi o comportamento dos candidatos e militâncias nesta, que foi a primeira eleição onde se permitiu o uso da internet?

O diretor comercial e de marketing da Web Consult, Leonardo Bortoletto - especialista em negócios e soluções virtuais -, explica que em comum, PT e PSDB apostaram nos websites como foco central das campanhas. Segundo o especialista os sites oficiais dos candidatos prestaram o papel de “QG digital”, pois neles foram divulgados vídeos, fotos, depoimentos de militantes, projetos do plano de governo, agenda, material de campanha e notícias. Tudo isso com possibilidade de compartilhamento de informações em várias redes sociais. “A interação dos visitantes foi intensa, mas não aconteceram manifestações do partido em seus próprios meios. Apenas adotaram a postura de divulgadores de informações e se esqueceram do propósito maior: interação direta com seu potencial eleitor”, informa Bortoletto.

 A disputa entre os partidos usando o Youtube foi acirrada. O canal da candidata Dilma teve, até o dia 26 de outubro, 192.125 exibições, 1.700 seguidores e 488 comentários. Já o canal oficial do candidato Serra teve 190.141 exibições, 1.060 seguidores, mas não conta com comentários, pois esta função está desabilitada no perfil. O que foi observado nesta mídia foi que o PSDB assumiu uma postura de divulgação, evitando possíveis polêmicas em torno de seus vídeos.

Segundo o especialista, apesar da presença em muitas das redes sociais, nenhuma delas mostrou tanta repercussão quanto o Twitter, o famoso microblog com postagens de até 140 caracteres que vem revolucionando os meios virtuais, principalmente no Brasil. “Essa interação com o potencial eleitor foi a grande aposta dos chefes de campanha de Dilma e Serra e, principalmente, das militâncias. Abriu-se o diálogo, mas o relacionamento com os candidatos foi falho e poderia ter sido mais bem aproveitado”, analisa Bortoletto.

No Twitter, eles abordaram desde as propostas de governo até comentários cotidianos sobre futebol, família, agenda de campanha e eventos. Para eles, a divulgação foi muito mais efetiva do que as discussões. Enquanto o perfil oficial de Serra contou com 538.496 mil seguidores, Dilma apresentou 280.117 mil.

Os militantes virtuais voluntários estimulam as pessoas a se manifestarem sobre determinados assuntos em pauta e evidenciar a credibilidade das opiniões por meio destas discussões. Podemos perceber nitidamente estas manifestações e o seu alcance, através do Trending Topics Brasil do Twitter – relação dos 10 termos mais discutidos dentro do microblog naquele momento. Durante o primeiro e segundo turnos, termos referentes aos candidatos aparecerem nessa listagem, quase que diariamente.

Leonardo Bortoletto finaliza ressaltando que não só de maneira positiva a internet foi utilizada pelos candidatos. “Desde o primeiro turno a internet foi palco de distribuição de acusações, calúnias e difamações por parte dos dois partidos, em sua maioria na figura dos militantes virtuais. Este segundo turno ficou marcado pelo volume de ações e multas aplicadas aos partidos por decisão dos ministros do TSE”, finaliza.

Apesar de experiências positivas e negativas, essas eleições serviram para os candidatos conhecerem melhor e se habituarem ao uso das novas tecnologias. O próximo passo dos partidos precisará ser a familiarização e o aprofundamento em redes sociais.

Um comentário :

Amarante disse...

Pergunto. Algum eleitor usuário de internet teve seu voto influenciado pelo uso das redes?

Pelo que já pesquisei, sim, teve. Negativamente.

Portando como eu já previa, usar as redes sociais na eleição serviria para saber em quem NÃO votar.