Minas Gerais vai desenvolver startups

Nenhum comentário

Minas Gerais poderá ser o primeiro estado brasileiro a ter um projeto voltado para o desenvolvimento de startups, empresas de base tecnológica com elementos de inovação e alto potencial de progressão. Um projeto de lei, que foi enviado ao Poder Legislativo pelo governador Antonio Anastasia, pretende criar o Startup Minas, programa que visa fomentar o empreendedorismo com incentivo financeiro. Iniciativas similares e bem-sucedidas podem ser vistas no Chile, Estados Unidos e Israel.

"Uma proposta desse tipo causa um efeito cascata pois um empreendedor vai despertar outros que talvez nem tenham conhecimento que são empreendedores", afirma o cofundador e conselheiro da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Tomás Duarte.

De acordo com o superintendente da Sociedade Mineira de Software (Fumsoft), Márcio Tibo, a participação de uma política pública é fundamental, pois cria um mecanismo que gera emprego e renda de forma estruturada e com grande alcance. " um multiplicador de ideias", comenta.

Para o empreendedor da Startup Rock Content, Vitor Peçanha, um programa do governo que incentive e auxilie de forma organizada vai ajudar a colocar Minas no mapa. "Haverá mais negócios no Estado, mais geração de riqueza."

O governo do Estado foi procurado pela reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO, mas não quis se pronunciar antes da tramitação do projeto na Assembleia Legislativa.

De uma maneira geral, além de dar incentivo financeiro, os programas públicos de fomento às startups também oferecem a ajuda das chamadas "aceleradoras", organizações com visão aprimorada de mercado que auxiliam os empreendedores a obter um crescimento rápido.

San Pedro Valley - Em Belo Horizonte, mesmo sem o suporte do poder público, as startups da região já são destaque no Brasil e no mundo. Com 53 empresas de base tecnológica, o polo de startups da Capital ou San Pedro Valley, como ficou conhecido, ganhou espaço recentemente nas páginas da revista americana "The Economist".

A matéria comenta as potencialidades do polo e elenca as vantagens da capital mineira para essas pequenas empresas de base tecnológica, entre elas custo de vida mais baixo e o fato de ter quatro das 10 melhores universidades elencadas pelo Ministério da Educação.

Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro em número de startups, com 73 empresas desse tipo. Só perde para São Paulo, com 326, e Rio de Janeiro, com 110. Foi em Minas que nasceu a Akwan, primeira startup adquirida pelo Google fora dos Estados Unidos. Também há a Samba Tech, cujo faturamento já ultrapassou a marca de R$ 10 milhões por ano.

Para Duarte, da ABStartups, além da qualidade das universidades e do baixo custo de vida, Belo Horizonte também traz a vantagem de não ser uma cidade gigantesca como São Paulo ou Rio de Janeiro. Isso facilita o encontro dos empreendedores para troca de ideias. "Assim, cria-se um compartilhamento de experiência, um espírito de empreendedorismo.  melhor destacar o polo do que um projeto individual", explica.

Atualmente, não se sabe ao certo mensurar o potencial econômico dessas empresas. "Estamos fazendo um levantamento para ter números do setor. Queremos saber quanto faturam, quantos empregos geram", comenta Duarte.

Para o empreendedor da Startup Rock Content, Vitor Peçanha, um programa do governo que incentive e auxilie de forma organizada vai ajudar a colocar Minas no mapa. "Haverá mais negócios no Estado, mais geração de riqueza."

Na avaliação do cofundador do Hub BH, espaço referência de co-work, André Maciel, o Startup Minas irá posicionar Minas Gerais e Belo Horizonte como grande foco para o desenvolvimento de negócios inovadores na América Latina. "Acredito ser de extrema relevância a diversificação do nosso cenário empreendedor, em uma economia local que ainda tem como carro chefe as commodities da mineração, aço e também a construção civil", considera.

Mineiros buscam ajuda no Chile 
Empreendedores mineiros com boas ideias foram buscar ajuda fora para poder dar andamento às suas startups. É o caso de Mateus Vieira Lana, da SI2, que participou do Startup Chile e ficou encantado com a experiência.

"Encontrei empreendedores do mundo inteiro, todos com o mesmo objetivo. A troca de experiência foi muito intensa", afirma Lana. Além da verba para investir na startup, ele também participou de grupos de discussão, workshops, palestras e até hoje continua em contato com a equipe do Chile.

Lana diz estar otimista com a possibilidade de ter ajuda do governo de Minas e acredita que isso pode aumentar o nível de empreendedorismo no Estado. "O projeto do governo pode ser um motivo para empreender. Os jovens possuem muitas ideias, mas não têm poupança para poder se dedicar inteiramente a um projeto", comenta.

A turismóloga Alice Neves Thomé, mineira da Zona da Mata, também passou pelo Startup Chile. De acordo ela, o dinheiro que recebeu como incentivo do governo local viabilizou seu projeto, porém a melhor experiência foi a rede de contatos que ela fez com outros empreendedores. "Além do aprendizado, a vivência com outras pessoas traz uma motivação muito grande. Empreender é muito difícil. As startups florescem melhor se estão conectadas." (JDM)

Modelo de negócio escalável 
As startups são empresas de base tecnológica que possuem um modelo de negócios “repetível e escalável”, ou seja, é capaz de oferecer o mesmo produto em escala ilimitada e crescer cada vezmais, sem prejudicar o modelo de negócios.

Também se caracterizam por ter a curva de receita sempre ascendente, muito maior do que a curva de gastos. "É uma estrutura enxuta que consegue gerar um alto impacto financeiro no mercado , com muitos resultados", avalia o cofundador e conselheiro da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Tomás Duarte. Além disso, possuem elementos de inovação e trabalham em condições de extrema incerteza.

Instagram e Buscapé são exemplos de empresas que um dia já foram startups. Atualmente, existem cerca de 10 mil startups no Brasil. Juntas elas levantaram aportes de R$ 1,7 bilhão em 2012, segundo a Associação Brasileira de Startups. (JDM)


Para os empreendedores da startup Rock Content, programa do
Governo de Minas vai ajudar a colocar o estado no mapa.

Fonte: Diário do Comércio - Juliana De Mari

Nenhum comentário :