ENTREVISTA: Novidades do SEED!

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Na manhã da última quarta-feira (15), o blog Mercado Web Minas participou do Seminário ‘Os Desafios das Startups no âmbito do Mercosul’, na Fiemg. Aproveitamos a oportunidade para bater um papo com o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Minas, Leonardo Dias, novo responsável pelo SEED (Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development), que está sendo reformulado. A expectativa do subsecretário é que a próxima fase do SEED comece no final de 2015 e vá até 2016. Ele chamou a próxima turma de startups de 3ª etapa, com seleção no final do ano, e a 4ª etapa, a outra turma, no segundo semestre de 2016 (a 1ª e a 2ª etapas foram realizadas no final de 2013 e de 2014, o que o Governo atual chama de '1ª fase' do programa).

O evento foi promovido pelo Sistema Mineiro de Inovação (SIMI), a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes) e contou com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Na ocasião, startups convidadas apresentaram casos de sucesso e demonstraram o potencial de geração de negócios dos empreendimentos inovadores: Meliuz, Imaginie, Sympla, Easylike; Avenida.com (Argentina); Techstars (Colômbia) e Criptext (Equador). Confira abaixo a transcrição dos principais pontos da entrevista:

MWM - No dia 17 de junho foi publicado pelo Governo de Minas o Decreto que relança o SEED. Fale um pouco sobre ele.

LD - Vimos que o SEED deu muito certo em Belo Horizonte. Agora queremos levar o programa para o interior. Vamos valorizar a economia local, sempre em parceria com universidades, junto com os empreendedores, valorizando o ecossistema nas 17 regiões de Minas Gerais. Queremos ter 17 casas desse modelo em todas as regiões do Estado, a partir do ano que vem. Agora estamos levantando o ambiente, o ecossistema, convidando parceiros, para no ano que vem possamos levar este projeto para a estrada. Temos um programa chamado "Minas Digital" e, dentro desse programa, teremos o SEED, que continuará com o mesmo modelo, acelerando as empresas a nível mundial e também levando esses empreendedores para o interior. Onde as ideias forem iniciais, vamos trabalhar com elas. Já nas regiões mais avançadas, vamos atuar nesses projetos. O objetivo é respeitar o estágio de cada um, valorizando os produtos e serviços locais.


MWM - Já existe algum modelo para a nova etapa do programa?

LD - Ainda estamos estudando, ouvindo ideias. Estive em São Paulo recentemente e vi que lá empresas lançam desafios para os empreendedores desenvolverem soluções. Podemos fazer isso aqui, também com o Governo lançando desafios para as startups. Na Sectes mesmo temos vários projetos que podem ser lançados como desafios para os empreendedores do SEED. Se uma startup tem uma parceria com o Governo ou com a iniciativa privada, ela já começa bem seus projetos.

MWM - O que muda no SEED a partir de agora? Realmente houve redução nos investimentos? 

LD - A redução no investimento, mas partimos da experiencia que tivemos na primeira fase, com as duas etapas, acreditamos que poderemos fazer até mais, apesar da redução de R$ 9 milhões para R$ 8 milhões. Mas acreditamos que com a experiência que foi adquirida na primeira etapa teremos a possibilidade de fazer ainda melhor. Mas o modelo de financiamento continua o mesmo. O que queremos mudar é a questão da prestação de contas. Existia uma estrutura específica para a prestação de contas das startups e agora estamos buscando outro modelo para que possamos maximizar resultados e diminuir custos.


MWM - Com relação ao modelo de gestão do SEED, o novo edital vai manter o número de startups e os valores repassados a cada uma delas?

LD - Ainda estamos estudando isso. Esse momento que estamos agora é justamente de avaliar o que foi feito para melhorarmos o projeto. Mas o que está dando certo, pretendemos continuar. Estamos avaliando, mas a tendência é que a gente mantenha algumas das iniciativas da primeira etapa.

MWM - Sobre o prédio onde funcionará o novo SEED, será no mesmo local ou o governo estuda outro espaço?

LD - Estamos buscando um novo local. Já temos duas excelentes alternativas. Uma delas, inclusive, o pessoal do San Pedro Valley já visitou, colocaram um vídeo na internet (um imóvel pertencente à Fapemig, na rua Paraíba, na Savassi, próximo à Escola de Arquitetura da UFMG). A gente pretende definir nos próximos dias o espaço. O certo é que não vai ser no antigo prédio. Isso faz parte também da gente mudar o ambiente. O legado que o SEED deixou naquela região de Lourdes já foi cumprido. Agora nosso objetivo é buscar uma nova região para que possamos também ampliar, aprimorar o ecossistema da região da nova casa. A segunda opção surgida recentemente é o Espaço 104, ao lado da Praça da Estação.


MWM - Mantenham a piscina de bolinhas, por favor (rs)

LD - (risos). O patrimônio que existe do SEED é um patrimônio do Estado, das pessoas que participam do SEED e esse está bem guardado, bem cuidado, e vai continuar porque o que deu certo deve continuar e nós temos que fazer ainda melhor.

MWM - Com relação à polêmica sobre o fim do SEED no início do ano, você comentou em sua fala na abertura do Seminário que ela foi positiva (o subsecretário mencionou que a polêmica serviu para que o Governo visse a importância do programa e desse a ele prioridade, dentre os diversos outros projetos da pasta). Houve alguns desencontros de informação. O que de fato aconteceu?

LD - Houve uma transição, uma mudança de governo. O Escritório (de Prioridades Estratégicas) que cuidava do SEED tinha uma data para acabar, que era no final do mandato. Quando houve a transição, o SEED ficou sem pai. E agora, a partir de 10 de junho, ele está com a gente na Sectes. Foi um projeto que nós lutamos muito para que ele viesse para a nossa Secretaria, pois  ciência, tecnologia e inovação têm tudo a ver com o SEED. Estamos muito animados e focados. A polêmica foi boa mas agora isso é passado. Vamos construir, trabalhar para fazer um SEED que leve os empreendedores mineiros para o mundo, trazê-los do mundo para Minas e fazermos esse intercâmbio da forma mais positiva possível.

MWM - Vocês já esperavam essa repercussão ou foi uma surpresa para o Governo?

LD - Não esperávamos. Foi uma surpresa. Esse ambiente que existe hoje em Belo Horizonte, sobretudo o San Pedro Valley, esse clima está muito avorável para colocarmos em prática nossa estratégia. Realmente não esperávamos, mas considero muito positivo, já que foi uma oportunidade de nos aproximarmos das pessoas que têm a boa intenção de fazer o SEED dar certo. Isso nos aproximou dessas pessoas que podem nos ajudar a fazer um SEED ainda melhor.



MWM - Outra dúvida: o nome SEED permanece também?

LD - Sim. Permanece. É um nome vencedor, mundial. Já estive em Londres, em Paris, em outros Estados, em Recife, e a primeira pergunta que me faziam, antes de perguntar meu nome, era 'e o SEED, vai continuar?' (risos). Só de ter uma pergunta como essa, mostra a força do programa.

MWM - Um recado para o ecossistema de startups de Minas Gerais.

LD - Estamos em um momento muito estratégico. Ouvimos no noticiário que tem crise pra todo lado. Então, se a gente quer buscar soluções para a crise, é na inovação, é na tecnologia. Então você, empreendedor, você que inova, o momento é esse. Das crises surgem oportunidades e eu acredito que nesse momento o Brasil precisa de inovação e empreendedorismo. Conte com o Governo de Minas. Conte com a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Estamos muito focados para transformar ainda mais o ecossistema de Minas Gerais, para fazer de Minas Gerais o melhor estado para se inovar no país e, quem sabe, no mundo.

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No final do evento, os participantes elaboraram uma carta com as principais reivindicações do ecossistema de empreendedorismo e inovação latino-americano para entregar à presidente Dilma Rousseff. A carta do ambiente de empreendedorismo e inovação para o Mercosul tem como objetivo superar os desafios de desenvolvimento das startups no bloco econômico e impulsionar as ações de fomento para o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e foi elaborada por empreendedores, professores universitários e outros profissionais do ecossistema de inovação do Mercosul. Leia na íntegra a Carta aqui.

Leia também as matérias feitas pela repórter Thaíne Belissa, do Diário do Comércio, que também entrevistou o subsecretário na ocasião:

Governo fará nova rodada do SEED este ano

Startups | Países precisam se unir para avançar


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