Resumão do Share BH 2016

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Não é de hoje que Belo Horizonte tem sediado grandes eventos de marketing digital e, no último sábado, foi a vez de mais um deles: O Share BH 2016!

Realizado na Faculdade Ibmec, o evento trouxe mais uma edição de sucesso, como tem sido desde 2013, quando foi criado. Ao longo desses anos, mais de 7 mil pessoas já receberam informações de especialistas de peso da área, garante Rafael Martins, idealizador do projeto.


A grade de palestras começou com Agatha Kim, diretora de planejamento da Havas Brasil e com dez anos de experiência em comunicação e planejamento estratégico. O tema era “Planejamento + Data: It's a Match!” e ela realmente mostrou como planejamento, aliado à big data, pode resultar em importantes insights para o direcionamento de campanhas e estratégias. Afinal, como ela mesmo diz: os dados são o combustível do planejamento. Mas mais do que coletar dados, o grande desafio é conseguir os dados que realmente importam.

Num mar de dados que vivemos, a diretora de planejamento apontou quatro passos para sabermos o que queremos: fazer perguntas, mergulhar nos dados, afunilar hipóteses e buscar insights. Ou seja, tudo parte das indagações que queremos responder. Uma dica também sempre entender o porquê ao invés do o que. Para entender melhor, veja abaixo a imagem que apresenta  a técnica dos “five whys“.


Agatha também falou da importância de se criar ações baseadas no big data e não no achismo. Exemplificou a tese de criar plataformas baseadas nos gostos das pessoas ao falar do case do Uber, que começou a aceitar dinheiro como opção ao cartão de crédito após uma pesquisa no SPC que mostrava que a inadimplência dos cartões de crédito era muito alta. E para falar de resultados, apresentou o case da Citroen, cuja ação gerou um aumento de 40% dos leads da marca (saiba mais). Um fato interessante apontado por Agatha é de que a coleta e análise de dados não depende somente do esforço da agência, mas também do investimento do cliente.

Em seguida, foi a vez de Gabi Terra, Diretora de Planejamento da Garage, falar sobre “Propósito de marca: levando isso a sério.”Gabi iniciou com uma afirmação provocativa: “Propósito de marca é propósito de sobrevivência”. Por que sua marca existe? O que ela vai deixar de legado para a sociedade? Essa é a pergunta inicial que toda empresa deve se fazer para definir seu propósito, fora entender como as pessoas se relacionam com a marca. Por isso, não basta que ele seja individual, ele tem que pensar no coletivo. E não basta só sabê-lo, mas fazê-lo. Ele tem que ser refletido em todas as ações da marca. Um dos cases apresentados por Gabi foi o da marca TOMS Shoes, criada com o intuito de doar um par de sapatos para crianças que necessitam para cada par de sapatos vendidos para os clientes. Saiba mais aqui. Outro case interessante foi sobre o BB Cream da Avon direcionado para homens, desconstruindo a ideia de que o produto é somente para mulheres e mostrando que toda marca precisa se conectar com as necessidades reais das pessoas, por exemplo, as drag queens:


Gabi também apontou alguns fatores para um propósito de sucesso, dentre eles: ele tem que ser expressado e comprovado. Ela finaliza dizendo que, no futuro, as marcas serão premium, você não tem que ter uma big ideia, mas saber aplicar fórmulas antigas em um novo cenário. Todo mundo quer mudança, mas ninguém quer mudar.

Terceira palestra do dia: Mídia programática ou problemática: descomplicando o tema do momento, ministrada por Walter Motta Jr – Head of Programmatic Sales no Yahoo Brasil! Talvez tenha sido a apresentação mais técnica do dia, trazendo muita informação interessante. A mídia programática é uma excelente ferramenta para agências e anunciantes interessados em estreitar relações com seu público alvo aonde ele estiver e o crescimento dela foi de 400% por ano,mostrando por que devemos dar atenção ao assunto. Walter afirmou que a evolução em como comprar mídia deveria ser tão natural como a forma de consumir conteúdo. E ponderou: “Algoritmos e plataformas são efetivos em buscar KPI’s, mas sem direcionamento, podem se tornar desperdício de dinheiro”. Um fato interessante: Brasil é líder LATAM em mídia programática. Ao final, muitas pessoas pediram dicas de cursos na área, que é bem específica. Então, partimos para o almoço e hora de bater aquele papo com os demais profissionais do mercado que estavam presentes em peso.

Barriga cheia, hora de encher mais a mente. A quarta apresentação foi de Ana Laura Mello, da Remix. Ela falou sobre criar e fazer sentido em 2016! Ana propôs um checklist de 2016 para as marcas fazerem sentido: propósito, emoção, comunidade e cultura. Sendo que o propósito será a grande essência. Em seguida, ela apontou a diferença entre propósito e posicionamento. O primeiro é feito de ponto de vista de dentro pra fora, é distintivo, tem personalidade. Enquanto o segundo trabalha o ponto de diferenciação, é de fora pra dentro e é mais competitivo. Ana também falou sobre quando a marca causa emoção, fazendo com que as pessoas saiam do estado de indiferença, trazendo uma verdade humana, sendo protagonista e trazendo um elemento surpresa. Sobre a comunidade, ela apresentou um case da Dove, que você pode conferir abaixo:

Dove 'Camera Shy' from BOLD on Vimeo.

E sobre a cultura, Ana fala sobre a importância da atenção às tendências e manifestações culturais. Segundo ela, relevância cultural vem de uma ruptura social, como as marcas de cerveja que estão abandonando o estereótipo das mulheres como objeto em seus anúncios. Terminou a apresentação provocando a plateia ao orientar que as pessoas sejam menos Romero Britto e mais Banksy, ou seja, mais original.

Depois foi a vez de Pedro Gravena – Head de inovação e digital na Y & R falar sobre o tema “Se acostume a fazer o que você nunca fez”. Ele disse que a evolução não será televisionada, os últimos quinze anos foram para subir a vida para a internet e os próximos quinze serão para aplicar os modelos da web para a vida real. Estamos vivendo essa transição. Exemplificou isso com a Amazon, que traz o livro digital, e o Waze, que traz os mapas para a vida real. Pedro falou bastante sobre o poder social, que é diferente do poder do Facebook, exemplificando com o vídeo do Make a wish .



E ressaltou que o social está mais ligado com o coletivo do que com as redes sociais em si. Outro tema abordado foi o mobile, que deve ser útil para estar com a pessoa onde ela estiver. Não adianta criar um app que só ocupe memória do dispositivo, ele tem que ter utilidade. Por exemplo, a Nívea apresentou uma solução muito além do produto, o que pode ser visto nesse case:


A marca trouxe algo além do creme, algo útil. Ele finalizou com a frase: “O que nos trouxe até aqui não é o que vai nos levar adiante”.

Depois foi a vez de Alê Prado, Head Digital e DC na Agência África, entrar em cena com o tema “Quer falar com quem?”. Ele acredita que estamos muito aprisionados em dados e temos que tomar cuidado com isso, porque temos que ter em mente que também podemos criá-los. Boa parte das falas de Alê giraram em torno do bom uso da segmentação, como no caso do Itaú, que criou um pocket book a partir do Canvas do Facebook e fizeram uma segmentação de horário para os pais, você pode saber mais aqui.


Pra finalizar, uma das palestras mais esperadas: Leonardo Lanna, do Sensacionalista, falando sobre o “jornal” que faz uma releitura bem-humorada do noticiário e do cotidiano. Segundo Lanna, tudo começou com uma brincadeira, não houve planejamento no início, em 2014 - ano das eleições e Copa do Mundo. A fórmula é linkar algo que é muito conhecido do público a uma notícia, ou seja, de maneira informal, eles acabam informando. Leo disse que as chaves para fazer o Sensacionalista são: o exagero, o nonsense e associação.


Ufa, muito conteúdo de qualidade em um evento que superou a expectativa dos presentes. Que venham os próximos!

Por Samantha Dutra


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