Pesquisa revela que investimentos em startups podem ultrapassar R$ 2 bi até 2015

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Investidor-anjo é a denominação dada à pessoa que coloca recursos em empresas nascentes ou startups, partilhando com elas da incerteza do negócio, mas de olho no alto potencial de retorno. Um estudo da Associação Anjos do Brasil revela que os investidores-anjo podem aplicar R$ 2,6 bilhões em startups brasileiras até 2015. Um levantamento feito em julho mostrou que 58% dos entrevistados declararam realizar aportes de até R$ 100 mil; 25% de, no máximo, 500 mil; 12%, até 99 mil; e 5% acima de um milhão de reais.

O conselheiro do programa MGTI e vice-presidente da Assespro-MG Marcello Ladeira explica que o investidor-anjo, geralmente, é uma pessoa física, com residência próxima ao negócio, para facilitar o contato e, com vasta experiência profissional. “Normalmente, eles têm uma participação minoritária na empresa, entretanto, não assumem uma posição interna. Atuam mais como conselheiros ou mentores, opinando em decisões estratégicas capazes de alavancar o negócio. Quando o investimento chega desta forma, temos o que o mercado chama de smartmoney, ou seja, o investidor não entra apenas com o capital, mas com apoio, conhecimento, parceria, orientação, compartilha sua rede de relacionamentos aumentando significativamente as chances de sucesso do negócio”, explica.

Alexandro Moura, gaúcho que reside em Belo Horizonte há quase uma década, trabalha no setor de mineração há vários anos e tem grande vivência em gerenciamento. Ele quer investir em startups, especificamente as que desenvolvam produtos ou serviços voltados para a indústria de base. “Acredito que há oportunidades para produtos e serviços que aumentem a produtividade nesse setor. Ainda estou conhecendo alguns projetos e negócios. Pretendo investir em algo que tenha alguma relação com minha experiência profissional, assim também poderei apoiar a empresa nas decisões estratégicas, nas avaliações de risco e no tratamento de alguns problemas, dividindo meu conhecimento e experiências e, se necessário, ajudando a estruturar a gestão da empresa, pois, até pela natureza das startups, muitas surgem de forma desestruturada”, comenta.

A maioria dos investidores-anjo prefere os setores de tecnologia, internet, aplicações para web e celular, software, educação, saúde, e-commerce e varejo. Marcello Ladeira ressalta que muitos empreendedores têm dúvidas de como conseguir um anjo. “É essencial preparar um modelo de negócio e apresentar a ideia do projeto de forma concisa e clara através de um pitch. O investidor deve ter certeza que o empreendedor está preparado para conduzir os negócios e utilizar bem os recursos aplicados”, explica.

Conforme dados da Anjos do Brasil, 61% dos anjos destacam a qualidade do projeto como fator essencial para escolher uma empresa. Outros fatores são a perspectiva de retorno do investimento (50%), proteção jurídica do patrimônio (45%) e retorno fiscal ou tributário (15%). O estudo também divulgou que a idade média dos investidores-anjo é 43 anos, sendo que 49% são empresários; 23%, executivos; 9%, profissionais liberais e 11%, gestores e investidores. “Os benefícios são interessantes para as duas partes. De um lado, há a participação nos negócios e o retorno financeiro. Do outro, a vantagem de aprender com quem tem mais experiência e conhecimento do mercado, recebendo orientações estratégicas com objetivo de encurtar o caminho até o sucesso”, destaca Ladeira.

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