#Artigo: As gôndolas do varejo não são mais como antigamente

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Os supermercadistas estão se movimentando. Estou observando corredores repletos de produtos com promoções reais, honestas. A verdade é que, grande parte dos empresários brasileiros acostumou a trabalhar com taxas de lucro sempre nas alturas, markup de 300,400%, acompanhando um sistema neoliberal.

Mais do que nunca os consumidores estão sensíveis a preço. A pesquisa por oferta e o melhor custo benefício, está inclusive bem próxima, com o mobile encurtando ainda mais o caminho. A recessão econômica freia o consumismo por impulso. As famosas guloseimas já não entram mais com tanta frequência no carrinho, aliás, estão praticamente suspensas.

Quando o “calo aperta” no bolso, o consumidor acaba utilizando mais o córtex pré-frontal, a parte do cérebro responsável pela razão. De acordo com Antonio R. Damásio em seu polêmico livro, O Erro de Descartes ( 3ª Ed. – Companhia das Letras, 2012), a razão não sobrepõe a emoção, nem ao contrário. Elas estão interligadas, onde nosso cérebro processa informações de acordo com o contexto da situação. Uma vez que Damásio fez este tipo de constatação, podemos afirmar; em fase de economia retraída, a razão pode falar mais alto.

O self-awareness nunca esteve tão presente na cabeça dos consumidores brasileiros nestes últimos meses. O receio e as incertezas da economia brasileira impactaram, e muito!  A forma de consumo da população. O cenário não é dos melhores, e, essa retração do mercado, irá certamente se manter por certo período (que seja breve).

De acordo com o estudo do ICV 30 (Índice de Consumidores do Varejo Mensal), divulgado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e Virtual Gate, os cinco primeiros meses de 2015 apontam que o consumidor brasileiro continua bastante cauteloso para comprar. O período apresentou queda de 6,9% em comparação ao mesmo período de 2014. Houve ainda uma redução de 8,2% no comparativo do mês de maio do ano passado.

A solução? Girar com rapidez e agilidade o máximo possível de produtos, ganhando no poder de compra, reduzindo custos e estoque. A sinergia com a turma de fornecedores e sell-in, é, fundamental para o alinhamento do pretendido ganha X ganha de ambas as partes. Se o momento atual não está oportuno para o crescimento, o importante é testar novas ideias e soluções. A promoção é uma delas.

Mas vale lembrar, a promoção não pode ser o principal motivo de compra dos consumidores, se assim for durante certo período, poderá comprometer toda uma estratégia de branding, reduzindo o Brand Equity do produto, sucumbindo o poderoso valor agregado, iniciando um ciclo vicioso de difícil reversão.

Esperamos por dias melhores, enquanto isso as gôndolas do varejo não são mais como antigamente, e o Shopper agradece.

Você também teve essa mesma percepção? Conta pra gente!
Grande abraço!!!

Bruno de Lacerda
Sócio-diretor da Chess Consultoria
Academia Mineira de Marketing
Especialista em Marketing Digital e Linkedin Business
Professor e palestrante

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